A cada ano mais de 800.000 pessoas se matam em todo o mundo (uma pessoa cada 45 segundos). Mais de 2000 jovens tiram a própria vida diariamente. Suicídio é a segunda causa mais frequente de morte de pessoas entre 19 e 25 anos. 50% das mortes violentas entre homens e 71% dessas mortes em mulheres decorrem do suicídio . Para cada pessoa que se mata, estima-se que haja de 10 a 20 vezes mais pessoas tentando tirar a própria vida (OMS, 2014).
No mundo todo, a taxa de suicidios por 100.000 habitantes foi de 11,4 em 2014. No Brasil foi de 5,8 por 100mil.
Enquanto os índices tem diminuído globalmente, no Brasil tem aumentado a quantidade de pessoas que decidem tirar a própria vida (assim como em 28 outros países). Os índices chegaram a piorar 29.5% entre 1980 e 2006.
Nosso país ocupa o 8º lugar no raking mundial de número absoluto de pessoas que cometem suicidio anualmente. São 32 mortes por dia! Os percentuais são mais elevados na região Sul e Centro-Oeste. Enquanto a média nacional foi de 5,8 por 100 mil em 2012, estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina Mato Grosso do Sul chegaram a índices de 9,7; 8,2 e 8,5, respectivamente.
Em média, o suicidio ocorre de 3 a 4 vezes mais em homens do que em mulheres. O que mais tem alarmado é o aumento, nas últimas duas décadas, dessas mortes na população jovem, entre 20 e 59 anos (30%).
MItos e Verdades sobre o suicídio
Mito 1: Pessoas que ameaçam ou falam em se matar não se matam de verdade
Fato: Tentativas anteriores de suicídio são o principal fator de risco para o suicídio. A cada nova tentativa, o risco de perder o medo e se acostumar com a idéia vai aumentando. Pessoas que falam ou tentam se matar podem estar pedindo ajuda, sofrendo com ansiedade, depressão e desesperança e podem sentir que não há outra opção.
Mito 2: A maioria dos suicídios ocorre de repente, sem aviso prévio.
Fato: A maioria dos suicídios é precedida por sinais de alerta, verbais ou comportamentais. É claro que existem casos que não exibiram esses sinais de alerta, mas é importante conhecê-los e ficarmos atentos. Alguns sinais: escrever cartas de despedida, se desfazer de bens preciosos, melhoras súbitas e inexplicadas do humor
Mito 3: Um suicida está sempre determinado a morrer
Verdade: Ao contrário, muitas vezes as pessoas estão ambivalentes, isto é , estão divididas entre viver e morrer. Podem agir impulsivamente e depois se arrependerem depois de tentar. O acesso a suporte emocional na hora certa pode prevenir o suicídio.
Mito 4: Uma vez suicida, sempre suicida
Fato: O aumento do risco, muitas vezes, depende de uma situação específica e de curto prazo. Os pensamentos de morte podem ir e vir, mas nem por isso são permanentes. Muitas pessoas que já conviveram de perto com esses pensamentos, passaram a viver uma vida longa e a construir uma vida com sentido e passaram a acreditar que a suas vidas valiam a pena serem vividas.
Mito 5: Somente pessoas com transtorno mental se tornam suicidas
Fato: O comportamento suicida indica uma profunda infelicidade, mas não necessariamente um transtorno mental. Muitas pessoas que convivem com um transtorno mental não apresentam comportamento suicida e nem todas as pessoas que tiram a própria vida tem um transtorno mental
Mito 6: Falar sobre suicídio nåo é uma boa idéia pois pode estimualar e encorajar as pessoas a tirarem a própria vida.
Fato: Em vez de estimular, falar sobe o suicídio pode ajudar a diminuir o estigma, o preconceito, a culpa, a vergonha. Pode ajudar as pessoas a procurarem ajuda, a acreditarem que podem existir outras opções. É importante não glamurizar o suicídio de pessoas famosas, não dar detalhes mórbidos de como a morte aconteceu, não abordar de forma sensacionalista. Tratar o tema de forma informativa, construtiva, empática e compassiva ajuda a quebrar tabus, estimular o diálogo e a prevenção.
Existem vários fatores de risco para o suicídio, desde uma propensão biológica (genética), fatores psicológicos (adversidades na infância) e fatores ambientais atuais.
Estudos têm demostrado uma diminuição dos níveis de serotoninia no líquido céfalo-raquidiano de pessoas que se suicidaram. Outros fatores incluem traços impulsivos e agressivos de personalidade, privação e abuso na infância, sentimentos de desamparo, pessimismo, rigidez de pensamento e prejuízo na capacidade de resolver problemas.
Como fatores ambientais destacam-se a falta de apoio social e o acesso a meios letais.
Quando analisamos a razões frequentes que levam as pessoas a se matar, encontramos diversas temáticas:
Cessação da dor existencial
Desencanto melancólico
Vingança contra conflitos
Desejo de reeencontrar um ente falecido
Fuga eufórica rumo a uma suposta vida melhor ou prazer
Escape de perseguidores
Exposição a imortalidade midiática (suicídio online)
Controle do momento e do modo da morte
Defesa da honra
Martírio altruísttico ou redentor
Dentre os vários problemas emocionais que podem contribuir para o suicídio, destacam-se a depressão, o abuso de álcool, o transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos de personalidade.
Nos países ocidentais, estima-se que até 90% das pessoas que se suicidam estejam acometidas por um transtorno mental. Em países como China e Îndia, estudos relatam que isso ocorre em apenas 60% das pessoas, o que demonstraria que fatores culturais e circunstanciais também podem ter um papel primordial.
Existem também fatores que costumam proteger, como crenças religiosas, ter uma familia, ter relacionamentos sólidos, sentir que pertence a uma comunidade, ter planos para o futuro, etc.
Suicidologia
Edwin Schneidman, considerado o fundador da suicidologia contemporânea cunhou o termo psychache, uma dor psíquica intolerável que levaria o indivíduo a sentir-se preso em si mesmo, sem saida, o que culminaria em suicidio.
Mais do que a morte em si, a função do suicidio seria o alívio do desespero e da desesperança. A cessação da consciência seria uma forma de interromper a dor psíquica. Dessa forma, a idéia de suicídio seria uma forma de tentar se tranquilizar.
10 princípios básicos para entender o suicídio:
1-Por meio do suicídio, busca-se a uma solução de uma dor psíquica.
2-Busca-se terminar de vez o fluxo da consciência e interromper o sofrimento.
3-É a sensação de não suportar mais essa dor, percebida como insustentável que motiva o suicídio.
4-Na base do suicídio, estão necessidades psíquicas frustradas, como a necessidade de pertencer, de ter suporte, apoio, compreensão, por exemplo.
5-A falta de esperança no futuro e o desamparo impedem de pensar em outras soluções
6- A maioria das pessoas que tiram a própria vida estão ambivalentes, isto é, divididas entre querer viver e querer morrer. Quando as razões para morrer parecem sobrepujam as razões para viver aumenta a probabilidade de se cometer suicídio.
7-O pensamento fica rígido, estreito, tudo-ou-nada, incapaz de analisar outras possibilidades.
8-Muitas vezes, o suicídio também serve para comunicar algo a outras pessoas.
9-A tendência é tentar escapar , fugir do sofrimento.
10-A sensação é de perda de capacidade de enfrentamento da própria existência.
Ao que contrário do que muitas pessoas pensam, dialogar sobre esse assunto não estimula as pessoas a tirarem a própria vida, desde que haja empatia, cuidado, compaixão e que deixemos julgamentos e preconceitos de lado.
Algumas perguntas importantes que podem ajudar as pessoas a se se abrirem:
Você tem pensado sobre a morte?
Você chega a desejar morrer? Gostaria que isso acontecesse a você naturalmente, que Deus lhe levasse ou chega a pensar em maneiras de terminar com sua própria vida? Você chega a planejar? Imagina como isso aconteceria?
Com que frequência e intensidade você tem pensado nessas coisas?
Sente dificuldade de controlar esse pensamentos?
Você tem a impressão que tem começado a se acostumar com esse tipo de pensamento?
Além do tratamento psiquiátrico para possíveis transtornos mentais associados, existem diversas formas de psicoterapia efetivas para pessoas que exibem comportamento suicida, como a terapia cognitivo-comportamental e dialético-comportamental.
Essas formas de terapia ajudam as pessoas a identificar os gatilhos para os pensamentos de morte a a lidar melhor com essas situações. O paciente, o terapeuta e a família se comprometem a construir juntos um plano de segurança para momentos de muita angustia. Passo-a-passo, por meio de uma relação de confiança, instila-se esperança, abordam-se técnicas de como se distrair dos pensamentos de morte, técnicas de resolução de problemas, técnicas de meditação, como melhorar as habilidades de comunicação, como tolerar melhor o mal-estar, como fugir da rigidez dos pensamentos catastróficos, do pensamento tudo-ou-nada. Gradualmente utilizam-se os próprios valores e necessidades emocionais dos pacientes para seguir na empreitada de cultivar uma vida que valha a pena ser vivida.
No mundo todo, a taxa de suicidios por 100.000 habitantes foi de 11,4 em 2014. No Brasil foi de 5,8 por 100mil.
Enquanto os índices tem diminuído globalmente, no Brasil tem aumentado a quantidade de pessoas que decidem tirar a própria vida (assim como em 28 outros países). Os índices chegaram a piorar 29.5% entre 1980 e 2006.
Nosso país ocupa o 8º lugar no raking mundial de número absoluto de pessoas que cometem suicidio anualmente. São 32 mortes por dia! Os percentuais são mais elevados na região Sul e Centro-Oeste. Enquanto a média nacional foi de 5,8 por 100 mil em 2012, estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina Mato Grosso do Sul chegaram a índices de 9,7; 8,2 e 8,5, respectivamente.
Em média, o suicidio ocorre de 3 a 4 vezes mais em homens do que em mulheres. O que mais tem alarmado é o aumento, nas últimas duas décadas, dessas mortes na população jovem, entre 20 e 59 anos (30%).
MItos e Verdades sobre o suicídio
Mito 1: Pessoas que ameaçam ou falam em se matar não se matam de verdade
Fato: Tentativas anteriores de suicídio são o principal fator de risco para o suicídio. A cada nova tentativa, o risco de perder o medo e se acostumar com a idéia vai aumentando. Pessoas que falam ou tentam se matar podem estar pedindo ajuda, sofrendo com ansiedade, depressão e desesperança e podem sentir que não há outra opção.
Mito 2: A maioria dos suicídios ocorre de repente, sem aviso prévio.
Fato: A maioria dos suicídios é precedida por sinais de alerta, verbais ou comportamentais. É claro que existem casos que não exibiram esses sinais de alerta, mas é importante conhecê-los e ficarmos atentos. Alguns sinais: escrever cartas de despedida, se desfazer de bens preciosos, melhoras súbitas e inexplicadas do humor
Mito 3: Um suicida está sempre determinado a morrer
Verdade: Ao contrário, muitas vezes as pessoas estão ambivalentes, isto é , estão divididas entre viver e morrer. Podem agir impulsivamente e depois se arrependerem depois de tentar. O acesso a suporte emocional na hora certa pode prevenir o suicídio.
Mito 4: Uma vez suicida, sempre suicida
Fato: O aumento do risco, muitas vezes, depende de uma situação específica e de curto prazo. Os pensamentos de morte podem ir e vir, mas nem por isso são permanentes. Muitas pessoas que já conviveram de perto com esses pensamentos, passaram a viver uma vida longa e a construir uma vida com sentido e passaram a acreditar que a suas vidas valiam a pena serem vividas.
Mito 5: Somente pessoas com transtorno mental se tornam suicidas
Fato: O comportamento suicida indica uma profunda infelicidade, mas não necessariamente um transtorno mental. Muitas pessoas que convivem com um transtorno mental não apresentam comportamento suicida e nem todas as pessoas que tiram a própria vida tem um transtorno mental
Mito 6: Falar sobre suicídio nåo é uma boa idéia pois pode estimualar e encorajar as pessoas a tirarem a própria vida.
Fato: Em vez de estimular, falar sobe o suicídio pode ajudar a diminuir o estigma, o preconceito, a culpa, a vergonha. Pode ajudar as pessoas a procurarem ajuda, a acreditarem que podem existir outras opções. É importante não glamurizar o suicídio de pessoas famosas, não dar detalhes mórbidos de como a morte aconteceu, não abordar de forma sensacionalista. Tratar o tema de forma informativa, construtiva, empática e compassiva ajuda a quebrar tabus, estimular o diálogo e a prevenção.
Existem vários fatores de risco para o suicídio, desde uma propensão biológica (genética), fatores psicológicos (adversidades na infância) e fatores ambientais atuais.
Estudos têm demostrado uma diminuição dos níveis de serotoninia no líquido céfalo-raquidiano de pessoas que se suicidaram. Outros fatores incluem traços impulsivos e agressivos de personalidade, privação e abuso na infância, sentimentos de desamparo, pessimismo, rigidez de pensamento e prejuízo na capacidade de resolver problemas.
Como fatores ambientais destacam-se a falta de apoio social e o acesso a meios letais.
Quando analisamos a razões frequentes que levam as pessoas a se matar, encontramos diversas temáticas:
Cessação da dor existencial
Desencanto melancólico
Vingança contra conflitos
Desejo de reeencontrar um ente falecido
Fuga eufórica rumo a uma suposta vida melhor ou prazer
Escape de perseguidores
Exposição a imortalidade midiática (suicídio online)
Controle do momento e do modo da morte
Defesa da honra
Martírio altruísttico ou redentor
Dentre os vários problemas emocionais que podem contribuir para o suicídio, destacam-se a depressão, o abuso de álcool, o transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos de personalidade.
Nos países ocidentais, estima-se que até 90% das pessoas que se suicidam estejam acometidas por um transtorno mental. Em países como China e Îndia, estudos relatam que isso ocorre em apenas 60% das pessoas, o que demonstraria que fatores culturais e circunstanciais também podem ter um papel primordial.
Existem também fatores que costumam proteger, como crenças religiosas, ter uma familia, ter relacionamentos sólidos, sentir que pertence a uma comunidade, ter planos para o futuro, etc.
Suicidologia
Edwin Schneidman, considerado o fundador da suicidologia contemporânea cunhou o termo psychache, uma dor psíquica intolerável que levaria o indivíduo a sentir-se preso em si mesmo, sem saida, o que culminaria em suicidio.
Mais do que a morte em si, a função do suicidio seria o alívio do desespero e da desesperança. A cessação da consciência seria uma forma de interromper a dor psíquica. Dessa forma, a idéia de suicídio seria uma forma de tentar se tranquilizar.
10 princípios básicos para entender o suicídio:
1-Por meio do suicídio, busca-se a uma solução de uma dor psíquica.
2-Busca-se terminar de vez o fluxo da consciência e interromper o sofrimento.
3-É a sensação de não suportar mais essa dor, percebida como insustentável que motiva o suicídio.
4-Na base do suicídio, estão necessidades psíquicas frustradas, como a necessidade de pertencer, de ter suporte, apoio, compreensão, por exemplo.
5-A falta de esperança no futuro e o desamparo impedem de pensar em outras soluções
6- A maioria das pessoas que tiram a própria vida estão ambivalentes, isto é, divididas entre querer viver e querer morrer. Quando as razões para morrer parecem sobrepujam as razões para viver aumenta a probabilidade de se cometer suicídio.
7-O pensamento fica rígido, estreito, tudo-ou-nada, incapaz de analisar outras possibilidades.
8-Muitas vezes, o suicídio também serve para comunicar algo a outras pessoas.
9-A tendência é tentar escapar , fugir do sofrimento.
10-A sensação é de perda de capacidade de enfrentamento da própria existência.
Ao que contrário do que muitas pessoas pensam, dialogar sobre esse assunto não estimula as pessoas a tirarem a própria vida, desde que haja empatia, cuidado, compaixão e que deixemos julgamentos e preconceitos de lado.
Algumas perguntas importantes que podem ajudar as pessoas a se se abrirem:
Você tem pensado sobre a morte?
Você chega a desejar morrer? Gostaria que isso acontecesse a você naturalmente, que Deus lhe levasse ou chega a pensar em maneiras de terminar com sua própria vida? Você chega a planejar? Imagina como isso aconteceria?
Com que frequência e intensidade você tem pensado nessas coisas?
Sente dificuldade de controlar esse pensamentos?
Você tem a impressão que tem começado a se acostumar com esse tipo de pensamento?
Além do tratamento psiquiátrico para possíveis transtornos mentais associados, existem diversas formas de psicoterapia efetivas para pessoas que exibem comportamento suicida, como a terapia cognitivo-comportamental e dialético-comportamental.
Essas formas de terapia ajudam as pessoas a identificar os gatilhos para os pensamentos de morte a a lidar melhor com essas situações. O paciente, o terapeuta e a família se comprometem a construir juntos um plano de segurança para momentos de muita angustia. Passo-a-passo, por meio de uma relação de confiança, instila-se esperança, abordam-se técnicas de como se distrair dos pensamentos de morte, técnicas de resolução de problemas, técnicas de meditação, como melhorar as habilidades de comunicação, como tolerar melhor o mal-estar, como fugir da rigidez dos pensamentos catastróficos, do pensamento tudo-ou-nada. Gradualmente utilizam-se os próprios valores e necessidades emocionais dos pacientes para seguir na empreitada de cultivar uma vida que valha a pena ser vivida.