O impacto do desemprego na vida do brasileiro atinge proporções sem precedentes. Somente na cidade de São Paulo estima-se que o índice de desemprego possa chegar a alarmantes 18%.
Ele diminui o desejo sexual, põe em risco casamentos estáveis, afeta relações de amizade, contribui para aumento da violência doméstica e outros problemas legais, para o abuso e álcool e outras drogas. Os problemas financeiros e o estresse podem levar a exaustão emocional, desesperança e sentimentos de desmoralização e de inutilidade. O desemprego está associado até mesmo a aumento de doenças físicas.
Há muito já se sabe da relação entre o desemprego e a deterioração da saúde mental e que pessoas desempregadas estão mais sujeitas a desenvolver depressão, ansiedade e abuso de drogas. Uma novidade ainda recente e pouco divulgada foi um estudo feito na Alemanha e publicado em 2015 demostrando que o desemprego também pode alterar traços importantes da personalidade das pessoas. Foi a primeira vez que isso foi demonstrado em um tipo de estudo bem desenhado.
(Resenha em português que fiz do artigo:
https://us11.campaign-archive.com/?u=ada0af96ce09034eab51caecd&id=4eda755c7e)
As variáveis psicológicas mais afetadas pelo desemprego costumam ser: auto-estima, confiança nas próprias capacidades, nos sentimentos de propósito, significado e satisfação com a vida e na própria identidade.
Fatores que predispõem a uma piora da saúde mental durante o desemprego:
1-Centralidade do papel profissional: as pessoas que avaliam seu papel profissional como o aspecto mais importante de suas identidades
2-Pouco suporte social: Criticas e julgamentos negativos do cônjuge, dos membros da família, amigos e colegas
3-Interpretação muito negativa: ver o desemprego apenas como uma experiência altamente negativa e estressante e não enxergar oportunidades de mudança e crescimento.
Fatores que predizem uma melhor saúde mental durante o desemprego:
1-Auto avaliação global positiva: pessoas que se avaliam como competentes e dignas independentemente de fallharem ou serem bem sucedidas.
2-Rotina estruturada: ter rotinas e projetos estruturados nesse período.
3-Expectativas positivas: ter expectativas positivas (e, consequentemente atitudes positivas) de encontrar um emprego ou um trabalho.
Manter-se mentalmente saudável e positivo diante de um período prolongado de frustração e incerteza certamente é uma tarefa difícil. Aqui estão12 estratégias da terapia cognitiva que as pessoas podem adotar para lidar com o desemprego.
1-Admitir que está sendo difícil: Uma das coisas mais importantes a se fazer é tratar a si mesmo de maneira gentil e benevolente. Ter mais compaixão por si mesmo durante esse período. Lembre-se de que você tem direito de se sentir triste, ansioso, com raiva e confuso. Você é humano e esses são sentimentos naturais diante de dificuldades. Vivenciar as emoções negativas de maneira controlada (como acontece no luto, quando podemos ser consolados) é importante para conseguirmos dar alguns passos adiante (o luto pela perda do emprego precisa ser reconhecido e sentido). Por outro lado, vai ser difícil seguir adiante se o luto demora muito tempo para passar.
2-Aceite a realidade como ela é: Isso significa participar da realidade, não fugir dela e fingir que nada está acontecendo. A partir do momento que aceitamos e participamos da realidade podemos nos perguntar: Qual vai ser meu próximo passo? Desenvolva precauções e estratégias para se preparar para aqueles dias ruins, dias em que a sensação de tristeza parece querer tomar conta: sair com um amigo, ir a igreja, sair para caminhar.
3-Normalize o problema: milhões de pessoas estão na mesma situação, é importante perceber que não é só com você e que muitas pessoas se sentem da mesma forma.
4-Elabore um plano de ação: Não é porque você perdeu o emprego que você não tem mais trabalho. Seu trabalho agora é procurar um novo emprego ou um trabalho que ofereça uma nova forma de ganhar dinheiro. Monitorar os anúncios, fazer contatos com pessoas que possam te ajudar. A persistência será fundamental, além de um olhar aberto para descobrir novas oportunidades. Pare para pensar quais são seus pontos fortes, por onde você gostaria de começar? O que te dá prazer? Identificar seus pontos fortes e aspirações pode te ajudar a se motivar.
5-Deixe sempre um lugar na agenda para descansar e ter lazer. Tente não ficar muito obcecado procurando trabalho 24 horas por dia. Faça atividade física, marque encontros com os amigos, faça um curso, leia um livro. Deixe claro pra você e para seu futuro empregador ou parceiro de trabalho que você soube fazer um uso produtivo e significativo de seu tempo, enquanto você esteve desempregado. Continue a se vestir bem, a cuidar de si mesmo, continue a frequentar palestras e conferências na sua área. Faça o que for preciso para continaur exercitando suas habilidades profissionais.
6-Não se critique: excesso de auto-crítica pode se transformar em um fardo. Perder um emprego não transforma você em um perdedor. Você pode compreender que há uma crise maior lá fora e um mercado de trabalho que tem mudado de forma muito intensa e imprevisível no século XXI.
Anote todos seus pensamentos e auto-críticas negativas e as desafie. Por exemplo, para o pensamento "Eu sou um perdedor”, enumere todos os aspectos positivos que você pode perceber: os elogios que já recebeu, as conquistas e os momentos em que você fez diferença no seu trabalho. Imagine o que você diria para um amigo querido que estivesse na mesma situação!
7-Evite ficar martelando o probema: a maioria das pessoas que perdem o emprego passa muito tempo prestando atenção em pensamentos do tipo “por que comigo?”, “ E se eu nunca mais encontrar um emprego?”, “Eu não acredito que isso aconteceu comigo”. Você não é responsável pela crise econômica, pelas mudanças no mercado de trabalho, mas você deve tentar se adaptar a elas e o primeiro passo é tentar não dar muito atenção a aturo-crítica excessiva e sentimentos de culpa. Eles não ajudam!
8-Participe da comunidade: não se isole, envolva-se, engaje-se! Pense em todas as habilidades que você tem e em como você pode contribuir com trabalho voluntário. Pense nas novas habilidades que você ainda precisa aprender e onde terá oportunidade de desenvolvê-las. Um trabalho voluntário pode ser uma forma de aprender coisas novas. Ninguém sabe tudo. Você terá muito a ensinar e aprender! As críticas positivas e negativas que por ventura você tenha recebido no seu último trabalho podem te ajudar a descobrir no que você precisa melhorar. Que tal agora ajudar pessoas e aprender habilidades que estão lhe faltando? Isso também será bem visto em suas entrevistas de trabalho, além de te ajudar a continuar crescendo e se desenvolvendo. Pense grande! Ajude outras pessoas: Quem você conhece que está precisando de sua ajuda? Pense em seus pontos fortes, aquelas coisas que você faz muito bem, quase sem esforço. Como isso poderia ajudar outra pessoa nesse momento?
9-Pode ser um momento perfeito para investir em sua educação e desenvolvimento. Há cursos on-line, pagos e gratuitos. A intenet é uma fonte inesgotável de aprendizado. Em qual área você gostaria de se desenvolver mais? A mentalidade que mais ajuda é: Sempre há oportunidade de aprender; Devo sempre continuar aprendendo e, o mais importante, preciso aprender como se aprende (sempre prestando atenção em feedbacks, nos osbtaculos, no contexto maior, no que eu ainda não consigo enxergar. Ter um amigo competente e sincero que você admire e possa servir de mentor pode ajudar nesse processo. Lembre-se ninguém faz nada sozinho!
10-Prepare-se para um inverno rigoroso, caso ele venha: É natural que você tenha pressa em achar outro emprego, mas se você reestruturar seu orçamento, cortar gastos, vai ficar mais fácil manter o foco e a energia caso essa empreitada dure mais tempo do que você planejava. Faça uma descrição detalhada de seu orçamento e de seus gastos. Se você não tem economias ou um dinheiro guardado, aceite trabalhos menores, seja flexível!
11-Lembre-se: muitas pessoas trabalham mesmo sem terem um emprego. Pense em formas de trabalhar usando suas habilidades de maneira autônoma. Pesquisas demonstram que as principais características de personalidade associadas ao sucesso profissional são dedicação e abertura para experiências novas.
12-Se perceber sinais de que não está lidando bem, se sua família e amigos também perceberem e insisterem que você procure ajuda, não hesite em procurá-la. Fique atento aos sinais de ansiedade e depressão e procure ajuda profissional!
Ele diminui o desejo sexual, põe em risco casamentos estáveis, afeta relações de amizade, contribui para aumento da violência doméstica e outros problemas legais, para o abuso e álcool e outras drogas. Os problemas financeiros e o estresse podem levar a exaustão emocional, desesperança e sentimentos de desmoralização e de inutilidade. O desemprego está associado até mesmo a aumento de doenças físicas.
Há muito já se sabe da relação entre o desemprego e a deterioração da saúde mental e que pessoas desempregadas estão mais sujeitas a desenvolver depressão, ansiedade e abuso de drogas. Uma novidade ainda recente e pouco divulgada foi um estudo feito na Alemanha e publicado em 2015 demostrando que o desemprego também pode alterar traços importantes da personalidade das pessoas. Foi a primeira vez que isso foi demonstrado em um tipo de estudo bem desenhado.
(Resenha em português que fiz do artigo:
https://us11.campaign-archive.com/?u=ada0af96ce09034eab51caecd&id=4eda755c7e)
As variáveis psicológicas mais afetadas pelo desemprego costumam ser: auto-estima, confiança nas próprias capacidades, nos sentimentos de propósito, significado e satisfação com a vida e na própria identidade.
Fatores que predispõem a uma piora da saúde mental durante o desemprego:
1-Centralidade do papel profissional: as pessoas que avaliam seu papel profissional como o aspecto mais importante de suas identidades
2-Pouco suporte social: Criticas e julgamentos negativos do cônjuge, dos membros da família, amigos e colegas
3-Interpretação muito negativa: ver o desemprego apenas como uma experiência altamente negativa e estressante e não enxergar oportunidades de mudança e crescimento.
Fatores que predizem uma melhor saúde mental durante o desemprego:
1-Auto avaliação global positiva: pessoas que se avaliam como competentes e dignas independentemente de fallharem ou serem bem sucedidas.
2-Rotina estruturada: ter rotinas e projetos estruturados nesse período.
3-Expectativas positivas: ter expectativas positivas (e, consequentemente atitudes positivas) de encontrar um emprego ou um trabalho.
Manter-se mentalmente saudável e positivo diante de um período prolongado de frustração e incerteza certamente é uma tarefa difícil. Aqui estão12 estratégias da terapia cognitiva que as pessoas podem adotar para lidar com o desemprego.
1-Admitir que está sendo difícil: Uma das coisas mais importantes a se fazer é tratar a si mesmo de maneira gentil e benevolente. Ter mais compaixão por si mesmo durante esse período. Lembre-se de que você tem direito de se sentir triste, ansioso, com raiva e confuso. Você é humano e esses são sentimentos naturais diante de dificuldades. Vivenciar as emoções negativas de maneira controlada (como acontece no luto, quando podemos ser consolados) é importante para conseguirmos dar alguns passos adiante (o luto pela perda do emprego precisa ser reconhecido e sentido). Por outro lado, vai ser difícil seguir adiante se o luto demora muito tempo para passar.
2-Aceite a realidade como ela é: Isso significa participar da realidade, não fugir dela e fingir que nada está acontecendo. A partir do momento que aceitamos e participamos da realidade podemos nos perguntar: Qual vai ser meu próximo passo? Desenvolva precauções e estratégias para se preparar para aqueles dias ruins, dias em que a sensação de tristeza parece querer tomar conta: sair com um amigo, ir a igreja, sair para caminhar.
3-Normalize o problema: milhões de pessoas estão na mesma situação, é importante perceber que não é só com você e que muitas pessoas se sentem da mesma forma.
4-Elabore um plano de ação: Não é porque você perdeu o emprego que você não tem mais trabalho. Seu trabalho agora é procurar um novo emprego ou um trabalho que ofereça uma nova forma de ganhar dinheiro. Monitorar os anúncios, fazer contatos com pessoas que possam te ajudar. A persistência será fundamental, além de um olhar aberto para descobrir novas oportunidades. Pare para pensar quais são seus pontos fortes, por onde você gostaria de começar? O que te dá prazer? Identificar seus pontos fortes e aspirações pode te ajudar a se motivar.
5-Deixe sempre um lugar na agenda para descansar e ter lazer. Tente não ficar muito obcecado procurando trabalho 24 horas por dia. Faça atividade física, marque encontros com os amigos, faça um curso, leia um livro. Deixe claro pra você e para seu futuro empregador ou parceiro de trabalho que você soube fazer um uso produtivo e significativo de seu tempo, enquanto você esteve desempregado. Continue a se vestir bem, a cuidar de si mesmo, continue a frequentar palestras e conferências na sua área. Faça o que for preciso para continaur exercitando suas habilidades profissionais.
6-Não se critique: excesso de auto-crítica pode se transformar em um fardo. Perder um emprego não transforma você em um perdedor. Você pode compreender que há uma crise maior lá fora e um mercado de trabalho que tem mudado de forma muito intensa e imprevisível no século XXI.
Anote todos seus pensamentos e auto-críticas negativas e as desafie. Por exemplo, para o pensamento "Eu sou um perdedor”, enumere todos os aspectos positivos que você pode perceber: os elogios que já recebeu, as conquistas e os momentos em que você fez diferença no seu trabalho. Imagine o que você diria para um amigo querido que estivesse na mesma situação!
7-Evite ficar martelando o probema: a maioria das pessoas que perdem o emprego passa muito tempo prestando atenção em pensamentos do tipo “por que comigo?”, “ E se eu nunca mais encontrar um emprego?”, “Eu não acredito que isso aconteceu comigo”. Você não é responsável pela crise econômica, pelas mudanças no mercado de trabalho, mas você deve tentar se adaptar a elas e o primeiro passo é tentar não dar muito atenção a aturo-crítica excessiva e sentimentos de culpa. Eles não ajudam!
8-Participe da comunidade: não se isole, envolva-se, engaje-se! Pense em todas as habilidades que você tem e em como você pode contribuir com trabalho voluntário. Pense nas novas habilidades que você ainda precisa aprender e onde terá oportunidade de desenvolvê-las. Um trabalho voluntário pode ser uma forma de aprender coisas novas. Ninguém sabe tudo. Você terá muito a ensinar e aprender! As críticas positivas e negativas que por ventura você tenha recebido no seu último trabalho podem te ajudar a descobrir no que você precisa melhorar. Que tal agora ajudar pessoas e aprender habilidades que estão lhe faltando? Isso também será bem visto em suas entrevistas de trabalho, além de te ajudar a continuar crescendo e se desenvolvendo. Pense grande! Ajude outras pessoas: Quem você conhece que está precisando de sua ajuda? Pense em seus pontos fortes, aquelas coisas que você faz muito bem, quase sem esforço. Como isso poderia ajudar outra pessoa nesse momento?
9-Pode ser um momento perfeito para investir em sua educação e desenvolvimento. Há cursos on-line, pagos e gratuitos. A intenet é uma fonte inesgotável de aprendizado. Em qual área você gostaria de se desenvolver mais? A mentalidade que mais ajuda é: Sempre há oportunidade de aprender; Devo sempre continuar aprendendo e, o mais importante, preciso aprender como se aprende (sempre prestando atenção em feedbacks, nos osbtaculos, no contexto maior, no que eu ainda não consigo enxergar. Ter um amigo competente e sincero que você admire e possa servir de mentor pode ajudar nesse processo. Lembre-se ninguém faz nada sozinho!
10-Prepare-se para um inverno rigoroso, caso ele venha: É natural que você tenha pressa em achar outro emprego, mas se você reestruturar seu orçamento, cortar gastos, vai ficar mais fácil manter o foco e a energia caso essa empreitada dure mais tempo do que você planejava. Faça uma descrição detalhada de seu orçamento e de seus gastos. Se você não tem economias ou um dinheiro guardado, aceite trabalhos menores, seja flexível!
11-Lembre-se: muitas pessoas trabalham mesmo sem terem um emprego. Pense em formas de trabalhar usando suas habilidades de maneira autônoma. Pesquisas demonstram que as principais características de personalidade associadas ao sucesso profissional são dedicação e abertura para experiências novas.
12-Se perceber sinais de que não está lidando bem, se sua família e amigos também perceberem e insisterem que você procure ajuda, não hesite em procurá-la. Fique atento aos sinais de ansiedade e depressão e procure ajuda profissional!