Acabo de ouvir uma informação equivocada divulgada por um psicólogo em uma rádio. Segundo ele, divulgar suas resoluções de Ano Novo aos amigos é contra-producente e acaba te desmotivando à primeira recaída.
Esta informação só procede para aquelas pessoas que estão no estágio de contemplacão, isto é, ainda estão ambivalentes em relação à mudança. Para aqueles que estão no estágio de ação, divulgar suas intenções de mudança pode ser extremamente útil. Estratégias que funcionam em um estágio, podem ser um tiro pela culatra em outro estágio, mas isso não significa que não possam ser usadas de forma adequada. No estágio de preparação, por exemplo, escolhemos cuidadosamente o time de pessoas que podem nos ajudar e incentivar. "Estudos comprovam a contribuição expressiva do suporte social nos objetivos relacionados à saúde e felicidade. Na maioria dos casos, as relações de suporte se tornam críticas 30 dias após iniciada a mudança desejada" Fonte: Norcross, 2012. Chamo a atenção dos colegas para nossa responsabilidade ao divulgar informações na mídia. Antes de darem qualquer entrevista, tenham o cuidado de revisar literatura. Essa seria a diferença, ao meu ver, entre opinião profissional e senso comum. Só recentemente os cientistas começaram a compreender o funcionamento do ciclo sono-vigília (dormir e despertar) e como isto está relacionado com a alternância entre a luz do dia e a escuridão. A exposição à luz ou à escuridão são um fator fundamental na forma como o sono humano é regulado. A luz estimula a retina, que estimula o nervo óptico, que ativa uma área do cérebro chamada hipotálamo. No hipotálamo, um centro especial chamado núcleo supraquiasmático (NSQ) dispara sinais para partes do cérebro que controlam a temperatura do corpo e a liberação de melatonina, que desempenha um papel em ficar acordado ou sentir sonolência. O NSQ funciona como um relógio que desencadeia um padrão de atividades que afetam todo o corpo. Uma vez exposto à primeira luz do dia, o relógio no NSQ começa a aumentar a temperatura do corpo e a liberar hormônios como o cortisol. O NSQ também atrasa a liberação de outros hormônios como a melatonina, que está associado com o início do sono, quando escurece. O que é melatonina? A melatonina é um hormônio natural feito por uma glândula do corpo chamada pineal. Esta glândula (do tamanho de uma ervilha) está localizada logo acima do meio do cérebro. Durante o dia, ela fica inativa. Quando o sol se põe e chega a escuridão, a pineal é ativada pelo NSQ e começa a produzir melatonina, que é liberada no sangue. Normalmente, isso ocorre em torno de 21:00. Como resultado, os níveis de melatonina no sangue sobem acentuadamente e você começa a sentir mais sono. O sono se torna mais convidativo. Os níveis de melatonina no sangue ficam elevados por cerca de 12 horas - durante toda a noite. Quando surge a luz do dia eles caem de volta a níveis baixos por cerca de nove horas. Níveis de melatonina durante o dia são dificilmente detectáveis. A melatonina é às vezes chamada de “hormônio do Drácula" - assim como o famoso vampiro, ela só é produzida no escuro. A Dosagem Apropriada de Melatonina A melatonina é um hormônio que pode ser comprado nos Estados Unidos sem receita médica. Como ela está presente naturalmente em alguns alimentos, o FDA (órgão que regula remédios e alimentos nos EUA) permite que seja vendido como um suplemento dietético (assim como vitaminas e minerais). No Brasil, essa substância não é liberada. Como não é classificada como uma droga, a melatonina sintética é produzida em fábricas que não são reguladas pela FDA. Por conta disso, as doses informadas podem ser pouco precisas, ou seja, a quantidade de melatonina pode não corresponder à informada na embalagem. A maioria das apresentações de melatonina pode levar a níveis sanguíneos muito mais elevados do que são produzidos naturalmente no corpo. Tomar uma dose típica (1-3 mg) pode elevar os níveis de melatonina no sangue para 1 a 20 vezes o normal. Para que a melatonina seja útil, a dose, o método e o período do dia em que ela é tomada influencia os resultados. Ingerí-la no momento "errado" do dia pode alterar todo o seu relógio biológico de uma maneira indesejável. A questão da eficácia da melatonina para os distúrbios do sono está apenas começando a ser compreendida. Embora existam preocupações reais sobre o uso generalizado de melatonina, não houve, até agora, nenhum caso de toxicidade comprovada ou overdose. Se você estiver considerando o uso de melatonina, converse com um médico. Devemos lembrar que esse produto ainda não permitido no Brasil Dados de Pesquisa Sobre Melatonina Para algumas pessoas, a melatonina parece ajudar a melhorar o sono. No entanto, a maioria dos estudos não demonstrou nenhum benefício adicional da melatonina em relação ao placebo (pílulas de açúcar). De maneira geral, as pesquisas indicam uma melhora do sono quando a melatonina é usada para tratamento do jet lag (fuso horário) e para trabalhadores de turno noturno. Isso se ela for ingerida no momento apropriado. Quanto à melhor dosagem e a potenciais riscos para a saúde, ainda são necessárias novas pesquisas. Alguns estudos mostram que a melatonina pode ser promissora na redução do tempo para iniciar o sono e reduzir o número de despertares. Ela não aumenta o tempo total de sono. Outros estudos não demonstraram nenhum benefício com melatonina. Grandes estudos ainda são necessários para demonstrar se a melatonina é realmente eficaz e segura no tratamento da insônia, particularmente a longo prazo. Enquanto esses estudos não são realizados, o mais recomendado é ter uma higiene do sono adequada, não se automedicar e, em caso de insônia persistente, procurar um profissional habilitado. Por que o tipo cafajeste faz tanto sucesso no universo feminino? Por que muitas mulheres têm uma queda por homens com personalidades sombrias? Um estudo liderado pelo psicólogo Gregory Louis Carter, da Universidade de Durham, na Inglaterra, oferece novas perspectivas sobre este intrigante fenômeno (http://scottbarrykaufman.com/wp-content/uploads/2013/09/The-Dark-Triad-Personality.pdf). O estudo explica que mais homens do que mulheres possuem traços da “tríade de personalidades sombrias": narcisismo, psicopatia e maquiavelismo. As características do narcisismo incluem dominância, uma visão grandiosa de si mesmo e a crença de ter mais direitos que os outros. Os homens são a maioria dos narcisistas em todas as culturas. O narcisismo pode, a curto prazo, levar a uma maior capacidade de conquistar a atenção das mulheres. Homens narcisistas têm maior tendência e capacidade de competir com outros homens. Também são conhecidos por rejeitar as parceiras logo após a relação sexual. Eles são hábeis em identificar oportunidades e iniciar novas relações sexuais. Por outro lado, são muito pouco propensos à monogamia. Os psicopatas são conhecidos pela insensibilidade, pela falta de empatia, por um déficit moral e pela hostilidade nas relações. Também são muito competentes em conseguir sexo casual. Exibem um charme superficial e enganoso, além de uma postura sexualmente exploradora. O maquiavelismo é composto por ambiguidade, falta de sinceridade e extroversão. São indivíduos manipuladores, coercitivos e oportunistas. Também são mais hábeis em conseguir sexo casual. Tendem a ser mais promíscuos. A pesquisa demonstrou que os homens com essas personalidades sombrias são mais bem sucedidos no campo sexual em comparação com seus pares. Pelo menos se acreditarmos nas proezas sexuais que eles mesmos descrevem. Como os estudos anteriores se basearam em auto-relatos, os pesquisadores se perguntaram se as mulheres compartilhariam os mesmos pontos de vista. Para investigar essa questão, Carter e sua equipe apresentaram a 128 alunas de graduação descrições de dois tipos de personalidades masculinas: os sombrios e os controles. Os sombrios apresentavam um desejo de atenção, de admiração, de favores, de prestígio, além de manipulação, exploração, auto-engrandecimento, falta de remorso, falta de preocupações, de moralidade, de sensibilidade e cinismo. A auto-descrição do grupo controle não apresentava nenhum traço de personalidade sombria. Depois de serem apresentadas a essas dois grupos, as participantes responderam a perguntas sobre sobre o quanto se sentiam atraídas por cada um deles. Fatores conhecidos por influenciar as avaliações de atratividade, como riqueza e escolaridade, foram omitidos a fim de reduzir a possibilidade de viés. O que Carter e seus colegas encontraram? As mulheres avaliaram as personalidades sombrias como mais atraentes do que os controles. Este resultado está de acordo com os relatos do próprio desempenho sexual dos homens de personalidade obscura. O que poderia explicar esse resultado? Carter e seus colegas oferecem duas explicações possíveis: Em primeiro lugar, fatores associados à seleção natural podem entrar em jogo. Isso significa que as mulheres podem responder positivamente aos sinais de "qualidade reprodutiva do sexo masculino". No que se refere a encontros casuais, as mulheres podem ser mais atraídas pelos "bad boys", que demonstram confiança, teimosia e gosto pelo risco. Em segundo lugar, os investigadores afirmam que as mulheres também podem responder positivamente à capacidade que os "cafajestes" têm de vender a própria imagem. A teoria da seleção natural, mais uma vez, explicaria porque 'bad-boys" são mais convincentes com suas atitudes sexuais mais agressivas e beligerantes. Como um "vendedor de carros usados ", os cafajestes podem ser mais encantadores, manipuladores, eficazes e bem sucedidos em conseguir sexo casual. Carter e sua equipe apontaram as limitações do estudo, incluindo a de que as participantes eram estudantes universitárias, uma população que tende a ser mais orientada para relacionamentos casuais. Além disso, no mundo real, eles reconhecem que esses traços sombrios de personalidade ocorrem ao longo de um contínuum, o que não foi capturado neste estudo. Um crescente corpo de estudos tentam descortinar os segredos do desejo feminino. Se por um lado, muitas mulheres expressam que desejam um relacionamento a longo prazo com um parceiro amoroso, por outro lado, muitas delas demonstram uma atração casual por homens cafajestes. Talvez essa dinâmica tenha sido moldada pelas exigências da evolução. Para mulheres que se apaixonam por “bad-boys”, essas idéias podem ajudar a desvendar esse paradoxo. O ambiente escolar reproduz modelos ultrapassados, que reduzem as crianças a muito menos do que elas podem vir a ser. Embora o ensino das habilidades ditas "acadêmicas" seja um papel fundamental, o ensino de habilidades sociais, do pensamento crítico e de valores éticos também são importantes e não devem ser negligenciados. Muitos pais esperam que a escola prepare seus filhos para que atinjam o "máximo" do potencial acadêmico. Isso é compreensível, dada a sociedade competitiva em que vivemos. Eles não se dão conta de que além disso não ser o suficiente, talvez não seja nem desejável. Estimular o máximo de desempenho pode levar ao que chamamos de "perfeccionismo disfuncional", isto é, muitas crianças podem passar a validar sua auto-estima quase que exclusivamente por seu desempenho. Essa forma de perfeccionismo está amplamente relacionada com a origem e manutenção de vários transtornos mentais. Ao invés de estimular as crianças a acumularem conhecimento, uma boa alternativa seria ajudá-las a se tornarem boas "resolvedoras de problemas". Estas serão habilidades que se tornarão úteis em praticamente todas as futuras situações profissionais e pessoais que elas enfrentarão. Esse tipo de mentalidade orientada a resolver problemas estimula os alunos a continuarem tentando, a pensar que sempre há uma solução e que o insucesso significa apenas que ela ainda não foi encontrada. Valores como integridade, respeito e tolerância devem fazer parte do cotidiano da escola, onde práticas como o bulllying não devem ser ignoradas ou banalizadas, mas sempre contextualizadas e discutidas. Habilidades sociais, como empatia e assertividade também são muito importantes. A maneira como os professores interagem com os alunos e a maneira como estimulam as crianças a interagirem entre si podem fazer toda a diferença, transformar não apenas o futuro ambiente de trabalho, como também todas as relações que venham a construir. A seguir, uma sugestão de direitos individuais que podem servir de base para uma convivência respeitosa, para uma comunicação assertiva e para o aprendizado. Eles deveriam servir de guia não somente para as crianças, mas também para pais e professores: Lista de Direitos Humanos Básicos: O direito de ser tratado com respeito e dignidade. O direito de negar pedidos sem ter que sentir-se culpado ou egoísta. O direito de experimentar e expressar seus próprios sentimentos. O direito de parar e pensar antes de agir. O direito de mudar de opinião. O direito de pedir o que quiser (entendendo que a outra pessoa tem o direito de dizer não). O direito de fazer menos do que é humanamente capaz de fazer. O direito de ser independente. O direito de pedir informação. O direito de cometer erros - e ser responsável por eles. O direito de sentir-se bem consigo mesmo. O direito de ter suas próprias necessidades e que essas sejam tão importantes quanto as dos demais. O direito de pedir (não exigir) aos demais que correspondam às nossas necessidades. O direito de decidir se satisfaremos as necessidades das pessoas. O direito de comportar-se seguindo seus interesses - sempre que não viole os direitos dos demais. O direito de ter opiniões e expressá-las. O direito de decidir se satisfaz as expectativas dos outros. O direito de falar sobre o problema com a pessoa envolvida e esclarecê-lo, em casos em que os direitos não estão totalmente claros. O direito de obter aquilo pelo que se paga. O direito de escolher não se comportar da maneira mais adequada. O direito de ter direitos e defendê-los. O direito de ser ouvido e levado a sério. O direito de estar só quando quiser. O direito de fazer qualquer coisa enquanto não viole os direitos de outras pessoas. O desemprego pode alterar os traços mais fundamentais da personalidade, tornando as pessoas menos escrupulosas, menos amáveis e menos abertas para experiências. Esses novos traços de personalidade podem tornar ainda mais difícil a tarefa de encontrar um novo emprego, de acordo com uma pesquisa publicada pela Associação Americana de Psicologia. Os resultados desafiam a idéia de que nossas personalidades são estáveis e previsíveis. Fatores externos como o desemprego podem ter um grande impacto em aspectos primordiais de nosso jeito de ser. Isto indica que o desemprego tem implicações psicológicas mais amplas do que pensávamos antes. Em um estudo realizado pelo grupo liderado pelo pesquisador Cristopher J. Boyce, da Universidade de Stirling, no Reino Unido, foram examinados 6769 alemães adultos (3733 homens e 3036 mulheres). Testes padronizados de personalidade foram realizados em dois momentos diferentes em um período de quatro anos, de 2006 a 2009. 210 pessoas ficaram desempregadas em algum momento durante o estudo, por períodos que variavam de 1 a 4 anos. Outro grupo de 251 pessoas ficaram desempregadas por menos de 01 ano e conseguiram se recolocar na vigência do estudo. Os resultados foram publicados no Jornal de Psicologia Aplicada da Associação Americana de Psicologia (http://www.apa.org/pubs/journals/releases/apl-a0038647.pdf). Os pesquisadores examinaram os assim chamados cinco grandes fatores da personalidade (Big Five): amabibilidade (socialização), neuroticismo (instabilidade emocional), extroversão, realização (conscienciosidade ou escrupulosidade) e abertura à experiência. Nos homens, houve um aumento da amabilidade nos dois primeiros anos de desemprego, quando comparados a homens que nunca perderam o emprego. Mas depois de dois anos o nível de amabilidade em homens desempregados começou a diminuir e, a longo prazo, era menor do que o encontrado no grupo de homens que permaneceu empregado. Para as mulheres, a amabilidade diminuiu progressivamente a cada ano de desemprego. Nos anos iniciais de desemprego, pode haver incentivos para que os indivíduos se comportem de maneira sociável em um esforço para conseguir uma recolocação. Nos anos seguintes, quando a situação se torna endêmica, esses incentivos podem desaparecer. No que diz respeito à conscienciosidade, quanto mais os homens permaneceram desempregados, maior a redução desse traço (que também é chamado de escrupulosidade). Em relação às mulheres, elas se tornaram mais conscienciosas nos períodos iniciais e tardios de desemprego. Os pesquisadores especulam que as mulheres podem ter readquirido alguma conscienciosidade se engajando em atividades tradicionalmente associadas com o gênero feminino, como aquelas relacionadas ao papel de cuidadoras. Homens desempregados demonstraram níveis menores de abertura no primeiro ano de desemprego, mas esses níveis aumentaram com o passar do tempo. Por outro lado, as mulheres apresentaram uma redução acentuada da abertura nos segundo e terceiro ano de desemprego, mas a readquiriram no quarto ano, de acordo com o estudo. A pesquisa sugere que os efeitos do desemprego na sociedade ultrapassam a dimensão econômica. Os desempregados podem ser injustamente estigmatizados como resultado de mudanças inevitáveis de personalidade. Isso pode criar um ciclo crescente de dificuldades no mercado de trabalho. As políticas públicas têm, portanto, um papel fundamental na prevenção de alterações adversas de personalidade. Além da redução dos níveis de desemprego, os governos devem oferecer suporte psicológico aos desempregados. Além de protejer a economia, tais políticas poderiam, dessa maneira, protejer o potencial humano de crescimento pessoal. (artigo publicado originalmente pela Associação Americana de Psicologia) Em meu consultório, cada vez mais pessoas procuram ajuda para lidar com o crescente clima de estresse e preocupação que a recessão tem gerado. O impacto da estagnação econômica e da onda de demissões é cada vez mais evidente. Emoções negativas associadas ao estresse no trabalho, como medo, ansiedade e tristeza, têm um efeito negativo sobre o estado emocional e o desempenho dos trabalhadores. Empresas que sobrevivem a tempos econômicos difíceis sem abrir mão de seu capital humano, ultrapassam as demais com considerável margem dianteira. Caso as demissões sejam inevitáveis, estratégias e decisões que priorizam o manejo adequado do capital humano podem fazer a diferença. Existe uma correlação entre o clima negativo produzido por demissões e a queda de desempenho dos trabalhadores. Demissões criam estresse não apenas naqueles que são desligados, como nos que conseguem permanecer, a chamada "síndrome dos sobreviventes”. É um erro acreditar que modelos de gestão que privilegiam o medo podem servir de combustível para motivação e desempenho. Evidências demonstram o contrário: trabalhadores expostos a estresse prolongado no trabalho correm duas vezes mais risco de ter um ataque cardíaco do que trabalhadores não-estressados. Em empresas onde foram implementados cortes significativos, pode existir uma certa tendência a acreditar que os sobreviventes não precisam de atenção por considerar que "eles têm sorte de não terem sido demitidos”. Diante deste contexto estressante, aumenta a probabilidade de os executivos passarem a fazer avaliações e a tomar decisões de maneira enviesada. Isso fica ainda mais evidente quando os gestores insistem em priorizar determinados “números “ e metas de vendas. Ajudar os sobreviventes a atravessar o período de crise, significa compreender que eles precisam de muito mais do que um gestor competente. É necessário desenvolver e cultivar uma atitude humanista, uma ética da empatia e do cuidado. É importante lembrar que o estresse gerado pelas demissões também pode afetar os profissionais responsáveis por implementá-las. Tempos depois de transcorridas as demissões, transtornos emocionais ainda podem persistir em tanto no "chão de fábrica" quanto nos que ocupam cargos gerenciais. Embora saibamos que demissões sejam um recurso freqüentemente utilizado durante tempos econômicos difíceis, seria prudente que estivéssemos mais atentos ao impacto dessa estratégia sobre a produtividade e a saúde emocional de toda a empresa. Existe uma lista assustadoramente longa de fobias. Além de dar roupas novas a medos antigos, o avanço tecnológico também traz consigo novas formas de sofrimento. Dentre elas, destacam-se aquelas que somente passaram a existir depois que tecnologias como a internet e as redes sociais mudaram nossas vidas. Na década de 70 era impossível alguém sofrer de nomofobia (medo de estar sem um telefone celular) ou ipovlopsicofobia (medo de aparecer em um selfie). O que torna uma fobia algo a mais do que um simples medo? Bem, uma rápida pesquisa no dicionário nos diz que é fobia é "um medo exagerado geralmente inexplicável e ilógico de um determinado objeto, classe de objetos, ou situação". Além disso, para ser considerado fobia, o medo deve causar muito sofrimento ou prejuízo acentuado no funcionamento cotidiano. Então, o que você deve fazer se você tiver uma fobia? Primeiro, é preciso validar a sua experiência. É preciso compreender que sua condição pode se tornar completamente compreensível para você mesmo. Não há nada de "inexplicável" sobre as fobias e a maioria delas tiveram um contexto histórico que contribuíram para seu surgimento. Isto significa que elas podem ser explicadas e compreendidas. As fobias (e todas as ansiedades que as acompanham) foram evolutivamente programadas. Isto significa que não é sua culpa. Afinal de contas, nós possivelmente herdamos de nossos antepassados a capacidade de temer eventos específicas e esses medos nos ajudaram a sobreviver em um mundo inóspito. Ansiedade medo são permitiram nossa evolução! (http://instruct.uwo.ca/psychology/371g/Ohman2001.pdf.) Em segundo lugar, é preciso saber que existem tratamentos eficazes para as fobias. Podemos entendê-las como uma resposta aprendida a um estímulo particular desencadeado por um objeto ou situação. Algo que inicialmente era neutro, como por exemplo um cão, a imagem de um palhaço ou a idéia de caminhar ao ar livre, passa a desencadear reações imediatas de medo. Para superar sua fobia, você precisa se expor lentamente ao objeto ou situação que você teme. Sempre aos poucos, passo a passo, gradualmente, ao longo do tempo. Este tipo de tratamento é chamado de terapia cognitivo-comportamental e os princípios que o regem são o da habituação e do aprendizado. Digamos, por exemplo, que você tenha medo de viajar de avião. (uma fobia muito frequente, veja nesse link em inglês uma lista de pessoas famosas que tem medo de voar:https://en.wikipedia.org/wiki/Fear_of_flying#Notable_people_with_the_phobia). Como a terapia cognitivo-comportamental e a técnica exposição gradual te ajudariam a desafiar esse medo? Bem, primeiramente vamos começar usando apenas a imaginação: vamos convidar você a se imaginar estando dentro de um avião. Em seguida vai passar a olhar fotos de aviões. Depois passaremos a assistir vídeos de aviões. Alguma tempo depois você vai estar em um aeroporto próximo só para ver aviões decolar. Na próxima sessão, você vai se se sentar na sala de espera, até que muito gradualmente você vai se perceber fazendo uma curta viagem de avião. Ao longo destas sessões, você vai se engajar na análise de seus pensamentos e atitudes a respeito do ato de voar. Vamos te ajudar a construir pensamentos e crenças mais saudáveis. Em todos esses passos você vai aos poucos aprender técnicas para processar suas emoções e a lidar melhor com a ansiedade. Superar sua fobia significa que você vai estar preparado para encarar a ansiedade e o medo, pois vai perceber que é capaz de tolerar o estresse. Mesmo que viajar de avião continue sendo estressante durante um tempo, você vai se orgulhar de tudo o que você conseguiu. Com isso em mente, aqui estão algumas dicas que podem ajudá-lo a encontrar o seu caminho através do processo: 1. Parabenize-se por enfrentar seus medos! Tarefas difíceis são realizadas mais rapidamente com reforço positivo e afirmação.Muitas pessoas não tem a coragem de dar esses pequenos primeiros passos. Eles são muito importantes, por mais insignificantes que pareçam! 2. Faça a sua lista de razões (motivações) para superar suas fobias. Se você entender as razões específicas que te fazem querer enfrentar seus medos (por exemplo, visitar seus filhos ou netos), você vai ser mais propenso a se motivar. Você terá consciência que será um trabalho difícil, mas que valerá a pena. 3. Encontre um terapeuta cognitivo-comportamental. Se você não tiver acesso a um profissional, tente fazer uma lista das coisas que você tem medo de enfrentar. Lentamente, passo a passo, comece com o item mais fácil na lista. Antes e durante todo o processo você pode usar técnicas de relaxamento (http://globotv.globo.com/rede-globo/bem-estar/v/aprenda-algumas-tecnicas-de-relaxamento-para-diminuir-a-ansiedade/3467394/) 4. Lembre-se que retrocessos e recaídas fazem parte do processo. Contanto que você não desista e se atenha ao seu plano, você continuará a caminho de superar seus medos. Você vai precisar trabalhar os sentimentos de vergonha e constrangimento. Embora eles possam surgir, todo mundo pode ter que desafiar algum tipo de medo ao longo da vida. Seus medos não te diminuem como pessoa, eles apenas fazem de você um ser humano. Seja positivo e pense nos benefícios! Como todo ser humano, você também tem o poder de vencer os medos! Crie uma oportunidade para si mesmo! Boa sorte!
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AutorDr. Fábio Fonseca Arquivos
July 2021
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